Em tradução literal, “cruelty-free” significa livre de crueldade. Na prática, esse termo se refere a produtos que foram desenvolvidos e fabricados sem o uso de testes em animais.

A nível internacional, a Cruelty-free International e a PETA (pessoas pelo tratamento ético dos animais) são as referências no que diz respeito a testes em animais. Essas organizações criaram seus próprios selos para identificar produtos e empresas que não fazem uso de cobaias no seu processo produtivo.

O selo de aprovação da PETA é o do coelhinho com as orelhas rosa; ele identifica empresas que não fazem testes em animais em nenhum estágio de desenvolvimento e produção (incluindo processos que possam ser feitos por terceirizados). Através de auditorias independentes e documentos comprovativos, a empresa se qualifica para receber esse selo. De forma semelhante, há o selo da Leaping Bunny; a imagem é de um coelho saltitante e identifica empresas que se comprometem a jamais testar seus produtos em animais nem comprar ingredientes de fornecedoras que façam parte dessa prática.

 

As certificações são garantias que:

  1. O produto final, e os ingredientes que o compõe, não passaram por testes em animais em todos os estágios de desenvolvimento pela empresa, pelos seus laboratórios, fábricas ou fornecedores a partir de uma data definida;

  2. Nenhum teste em animal foi realizado posteriormente e durante o processo de certificação. A partir da data de emissão do selo, a empresa tem seus processos de fabricação monitorados;
  3. Auditorias independentes podem ser feitas pelas ONGs a qualquer momento.

(Informações retiradas do site da Simple Organic, marca de cosméticos cruelty free e vegana)

A Choose Cruelty-Free é uma organização australiana que tem seu próprio selo. Com a expansão da indústria por lá, é possível ver esse selo em muitos produtos por todo o mundo.

 

Você pode conferir os sites da Cruelty-free Internatinal (CFI), da PETA e da Choose Cruelty Free (CCF) aqui,  aqui e aqui.

Os produtos com selos Cruely-Free podem ter ou não ingredientes de origem animal. Para identificar produtos sem nada de origem animal, procure o selo vegano!

É importante lembrar que na indústria de cosméticos e maquiagens, grandes conglomerados dominam o mercado. Por isso, é comum que empresas cruelty free sejam vendidas a empresas maiores que não dividem a mesma preocupação. NYX, The Body Shop e Urban Decay são exemplos disso. A The Body Shop sempre aparece contra testes em animais, porém ela faz parte da L’oréal, empresa que ainda não eliminou completamente estes testes. A Urban Decay, que era referência nas maquiagens cruelty free (chegou a, inclusive, se recusar a entrar no mercado chinês*), também acabou sendo comprada pela L’oréal.

Errata: Quando escrevi esse post, não estava sabendo da venda da The Body Shop pra Natura. No segundo semestre de 2017, a Natura fez a aquisição da TBS; uma funcionária da loja me explicou que um dos motivos da venda havia sido a não identificação com os ideais da L’oréal. Fontes: Natura, Exame e G1.

Aí, acredito que entramos em uma questão ética individual. A Urban Decay e The Body Shop continuam com certificação da PETA; mesmo fazendo parte de um conglomerado gigante, elas individualmente mantêm o compromisso de não testar em animais. Muita gente não compra dessas marcas já que, em algum percentual, o lucro também chega na L’oréal. Pessoalmente, acredito que toda a indústria, de uma forma indireta ou direta, depende dessas grandes empresas. Por isso, compro sempre de empresas que falam abertamente contra testes em animais.

*OBS: Na China, os testes em animais são obrigatórios. Qualquer empresa de cosmético ou maquiagem que queira vender lá, precisa submeter seus produtos a estes testes. O blog Beleza Sem Crueldade, da Nicole Make, traz um post bem legal e informativo sobre isso; vale a pena conferir! Acesse aqui.

Esse é o primeiro texto de um projeto especial! Durante o mês de julho, tem texto novo TODO DIA! Vamos aprofundar em cosméticos cruelty free, veganos e marcas nacionais que não testam em animais.

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xoxo